quarta-feira, junho 11, 2025
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Fenômeno dos bebês reborn alerta para limites emocionais

Bonecas extremamente realistas, que se assemelham a recém-nascidos e são conhecidas como bebês reborn, têm ganhado cada vez mais espaço na vida de muitos adultos. Elas não funcionam apenas como peças de coleção, mas também como objetos de afeto e até substitutos simbólicos de conexões emocionais. Contudo, essa fronteira entre o simbólico e o real pode se confundir: há relatos de pessoas que levam seus reborns a emergências hospitalares, confundindo profissionais da saúde ao apresentá-los como filhos em sofrimento.

Apesar da ausência de estatísticas oficiais sobre o número exato de donos dessas bonecas hiper-realistas, há indicativos de que a procura cresce. Por exemplo, a loja “Minha Infância”, em Belo Horizonte, tem um faturamento médio mensal de R$ 40 mil, vendendo até 200 unidades em datas comemorativas como Dia das Crianças e Natal. O valor dessas bonecas varia entre R$ 500 e R$ 4 mil, conforme o grau de detalhamento e personalização.

A psicóloga e docente da Universidade Tiradentes (Unit), Keziah Costa, ressalta que o fenômeno precisa ser analisado em sua totalidade. “O interesse crescente por bebês reborn entre adultos pode ser compreendido pela psicologia sob diversas perspectivas, levando em conta fatores sociais, culturais, subjetivos e econômicos. Ainda que os estudos acadêmicos sobre o tema sejam escassos, esse fenômeno não deve ser visto de forma isolada, mas sim como uma manifestação social relacionada a aspectos como classe, gênero, idade e raça, entendendo o indivíduo como um ser histórico e inserido em um contexto social amplo”, afirma.

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