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Tropeçando nos próprios pés, Valmir caminha para se tornar o novo Sukita na política

Com uma narrativa cansativa de vitimização, o prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), conseguiu por um tempo colocar uma venda nos olhos dos sergipanos. No entanto, aos poucos ele foi cavando uma cova com seus próprios pés e vem enterrando cada vez mais sua popularidade. São sucessivas decisões equivocadas e declarações confusas que não apenas rompem o elo de confiança com a população, como também assustam aliados e futuros aliados por passar a mensagem de que passa por cima de todos pelo poder, para conquistar votos.

Seguindo os mesmos passos do ex-prefeito de Capela, Manoel Sukita, com o qual se assemelha não somente nesse quesito, Valmir falou muito e, como quem fala muito, às vezes fala o que não deve. Numa entrevista em 2023, por exemplo, ele modificou toda a sua narrativa feita na última eleição para o governo, fazendo uma revelação de que teria sido conivente com uma possível interferência política no poder judiciário para torná-lo elegível, em troca de apoio a Rogério Carvalho (PT).

Vale lembrar que, durante todo processo eleitoral em 2022, Valmir ficou sustentado em um discurso comovente e vitimista, direcionando acusações contra Fábio Mitidieri (PSD). Na ocasião, Francisquinho frisava que o governista teria trabalhado para retirar a sua candidatura, através de golpes no “tapetão” do judiciário.

E eram essas acusações contra Fábio que Valmir utilizava como argumento para tentar justificar o seu apoio a Rogério Carvalho, durante o segundo turno.
Após a derrota do petista, na época, o prefeito vinha tentando se desassociar do senador, buscando se reposicionar para ter de volta sua antiga vertente bolsonarista.

Porém, ao tentar se reposicionar politicamente, Valmir exagerou nas palavras e, por consequência, se pôs, novamente, em um jogo perigoso, gerando um descrédito popular, assim como aconteceu com Sukita. 

Da mesma forma que Valmir, Sukita, que também já foi preso, era um líder populista que conseguia fazer uma política usando o povo como massa de manobra, e que todos enxergavam neste possibilidades de alçar voos políticos maiores. Esta comparação, inclusive, já havia ocorrido em 2021, quando Francisquinho se projetava para disputar ao Governo de Sergipe e jantou com Manoel. Logo em seguida, na época, houve uma repercussão negativa, fazendo-o romper qualquer laço que havia firmado para não se prejudicar com a associação.

E, desta vez, mais uma vez se enrolando em suas próprias falas, Valmir se vê em meio a desgastes após novamente disparar um fogo amigo contra Adailton Sousa (PL), seu próprio aliado, afirmando que recebeu a prefeitura de Itabaiana com uma dívida de mais de R$ 35 milhões e que não faria uma gestão como a do seu antecessor.